Programa de Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares

Histórico

A Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares foi criada em 1985, como Mestrado em Cardiologia da Universidade Federal Fluminense. Desde essa época possuía um perfil de formação qualificada do Cardiologista para a assistência, docência e pesquisa aplicada às doenças cardiovasculares. A partir de 1998, em consequência das mudanças da sistemática da CAPES, recebemos o conceito 3 e fomos progressivamente adequando o Programa à nova realidade da Pós-Graduação, com redimensionamento do corpo docente (manutenção apenas dos Doutores), reestruturação das disciplinas (redução do perfil profissional e valorização da investigação de mecanismos) e estímulo à publicação de artigos originais em periódicos de impacto internacional. Embora tenhamos percebido um crescimento modesto, porém continuado, do Programa no tocante à quantidade e qualidade das dissertações e publicações, identificamos duas principais dificuldades a serem vencidas: o reduzido número de Doutores com produção continuada e a relativa limitação do perfil dos projetos de pesquisa. Estabelecemos então, um planejamento estratégico para a implementação das medidas necessárias ao vencimento das dificuldades. Felizmente tais medidas foram bem sucedidas, visto que o conceito do Programa foi elevado para 4 em 2008, o que permitiu a criação do Doutorado. Nesse contexto o objetivo atual do Programa tem sido a consolidação do doutorado a caminho da elevação do conceito para 5, através da valorização da produção científica de alto nível, formação de redes colaborativas de pesquisa interdisciplinar e ampliação das parcerias interinstitucionais nacionais e internacionais

2004 – 2006.  Ao longo de 2004 procedemos à reestruturação, ainda mais ampla do Programa, com a inclusão de novos doutores (inclusive um bolsista de fixação de doutor da FAPERJ com atividade em nossa Instituição), redimensionamento das linhas e projetos de pesquisa e forte direcionamento à publicação de artigos originais em periódicos de impacto internacional. Tais medidas produziram resultados concretos, mas estamos convictos de que o impacto positivo será mais evidente ao final do 2010-2012.

Durante o ano de 2005 consolidamos a nova estrutura multiprofissional e avançamos na organização de projetos temáticos que promovessem atividades integradas dos grupos de pesquisa envolvidos com a nossa Pós-Graduação. Alguns resultados concretos na forma de artigos originais de maior impacto em periódicos internacionais já apareceram em 2005. O fortalecimento dos projetos temáticos integrados e a modernização da infra-estrutura de equipamentos através de verba institucional da FINEP traduziu-se no significativo aumento da produção científica nas suas várias formas, particularmente como publicação internacional no relatório de 2006.

Completamos o triênio atingindo nossas principais metas, as quais foram estabelecidas pela auto-avaliação e pelos comentários e sugestões do comitê da CAPES, contidos nas fichas de avaliação, a saber: 1) estimular a produção científica internacional, 2) ajustar e ampliar corpo docente com foco nos mais produtivos, 3) buscar equilibrar entre os docentes a produção intelectual e as atividades desenvolvidas no Programa, 4) buscar financiamento para os projetos; Todos esses itens foram diretamente atendidos. Como resultado, experimentamos um crescimento qualificado do corpo de docentes permanentes, de forma que em 2006 contamos com 13 docentes permanentes (em contraste com 10 docentes em 2004 e 11 permanentes em 2005). Simultaneamente aumentou o índice de publicações classificadas como maiores que Qualis Nacional C (conforme critério de excelência CAPES). Chama atenção o grande crescimento da publicação de artigos em periódicos Internacional A, de um total de apenas 8 no triênio passado para 6 seis em 2004, 10 em 2005 e 10 em 2006, totalizando 26 no triênio, ou seja, um aumento de mais de 3 vezes! Chama a atenção ainda o fato de que 100% dos 13 docentes permanentes publicaram no ano de 2006 ao menos 1 artigo Internacional C ou superior. Outra forma de verificar o aumento qualitativo da produção do curso é identificar a proporção de docentes permanentes que publicaram em periódicos IA: 2004 (20%), 2005 (36%) e 2006 (46%), ou seja, um aumento de mais de 100% ao longo do triênio na proporção de docentes permanentes que publicam a cada ano em periódicos de máximo impacto internacional.

2007 – 2009. Ao longo de 2007, procuramos ampliar o perfil do corpo docente, fomentando a estrutura de novos laboratórios visando consolidar o Programa com o seguinte lema: “Pesquisando o funcionamento e as doenças do sistema cardiovascular: da molécula à população”. Ao longo de 2008 ocorreu a elevação do conceito, aprovação do doutorado e fortalecimento do grupo de jovens pesquisadores ligados aos Programas que tem se organizado e construído uma infra-estrutura sólida para pesquisa em fisiologia e farmacologia experimental com apoio principalmente do CNPq e da FAPERJ, sendo que a FAPERJ financiou o projeto temático “Inflamação e Sistema Cardiovascular” com o aporte de R$398.000,00 em equipamentos e insumos. Em 2009 as modificações implementadas nas fases anteriores passaram a ter resultados com a entrada de 6 alunos de doutorado e o número recorde de alunos titulados em um único ano (15 alunos), 3 livros publicados em colaboração entre docentes e discentes, sendo que uma das teses foi laureada com premiação julgada por membros da Academia Nacional de Medicina (O prêmio Amil foi concedido na especialidade de Medicina Interna para Antonio José Lagoeiro Jorge, aluno de mestrado, com o estudo Avaliação da Função Sistólica no Eixo Longitudinal do Ventrículo Esquerdo em Pacientes com Diagnóstico de Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Normal de Acordo com os Novos Critérios de Diastologia). Dois docentes do curso foram contemplados como Jovens Cientistas do Estado de Rio de Janeiro e o professor Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega, pesquisador 1B do CNPq, renovou a sua condição de Cientista do Estado do Rio de Janeiro pela FAPERJ. Docentes do curso foram contemplados com editais como CNPq universal, fortalecendo a vocação de produção científica institucional e garantindo sustentabilidade dos projetos de pesquisa.

2010 – 2012. Com o credenciamento de novos professores e o aumento do número de alunos de mestrado e doutorado, provenientes de processos seletivos cada vez mais qualificados, as atividades desenvolvidas em 2010 e 2011 favoreceram uma interação dos projetos da área clínica e básica, dentro do próprio Programa. Os projetos também passaram a contar com orientadores e co-orientadores de ambas as áreas, conferindo um caráter mais translacional aos projetos desenvolvidos.

Além das modificações implementadas nas fases anteriores, o crescimento contínuo do Programa exigiu uma adequação administrativa e burocrática, visando a um melhor acompanhamento do corpo discente durante os cursos de mestrado e doutorado. Os projetos de todos os alunos passaram a ser acompanhados mais de perto, com apresentação periódica e discussão dos resultados com a participação conjunta dos alunos e professores, além da apresentação de relatórios periódicos semestrais. Os docentes mostraram uma maior participação e comprometimento quanto à regularidade, qualidade e número de disciplinas oferecidas no Programa, disciplinas estas que têm sido avaliadas pelos alunos e pela coordenação, priorizando a qualidade do curso, dos docentes e dos recursos humanos formados, vislumbrando uma melhor da qualidade e quantidade da produção intelectual, recomendada pela CAPES.

2013 – 2015. Em 2013 o PPGCCV começou a realizar a Jornada Anual em Ciências Cardiovasculares englobando apresentação de trabalhos de alunos e participantes externos, cursos e conferências com pesquisadores nacionais e internacionais. Para a realização deste evento anual o PPGCCV contou com apoio financeiro da Proppi (Programa de Internacionalização da Pós-Graduação Stricto Sensu – PIPG – edição 2013). Durante a I Jornada Anual em Ciências Cardiovasculares, realizada de 16 a 18 de setembro no Hospital Universitário Antônio Pedro, a discussão central foi sobre Internacionalização e intercâmbios institucionais. Neste evento contamos com a participação dos pesquisadores internacionais James P. Fisher, da Universidade de Birmingham, e Shekhar H. Deo da Universidade do Missouri.

Já a II Jornada Anual em Ciências Cardiovasculares foi realizada na Associação Médica Fluminense nos dias 04, 05 e 06 de novembro de 2014 e teve como tema a Prevenção de Doenças Cardiovasculares. Neste evento contamos com a participação dos professores Rita Estrela (Universidade Federal do Rio de Janeiro), doutor Eduardo Nagib Nagib e do professor Rafaelle Giubbini (Universidade da Brescia). Além de palestras, o prof. Rafaelle Giubbini ministrou aulas em cursos oferecidos durante o evento e sua presença permitiu a formalização do convênio de cooperatividade internacional entre as Universidades.

A III Jornada Anual em Ciências Cardiovasculares aconteceu nos dias 12 e 13 de novembro de 2015, no Instituto Biomédico da UFF, e contou com presenças ilustres como o PROF. REX NAZARE ALVES – Diretor de Projetos Estratégicos Nacionais/FINEP, o PROF. ANTÔNIO CLÁUDIO L. NÓBREGA – VICE-REITOR DA UFF e THIAGO RENAULT – DIRETOR DA AGÊNCIA DE INOVAÇÃO DA UFF. A união de empreendedorismo, tecnologia e saúde foi o foco dessa edição. O evento intitulado NOVAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE objetivou integrar a comunidade acadêmica com profissionais especializados em inovação por meio de conferências, apresentação de cases e networking. Tendo em vista que é importante  e estratégico empreender na área de saúde, visamos criar um ambiente para a troca de experiências e discutir as perspectivas de mercado.

2016. 

Destacamos ainda que diversos pós-doutores tem sido agregados ao programa desde 2013: Lauro Casqueiro Viana, Igor Fernandes, Natalia Galito Rocha, Renata Frauches, Ludmila Cardozo, Milena Barcza, Alessandra Choqueta, Eliete Frantz. Atualmente as pós-doutoras Natalia Galito Rocha, Renata Frauches e Milena Barcza são professoras concursadas desta Universidade. A profa Natalia Galito fez parte da sua formação na Universidade do Colorado e Igor Alexandre Fernandes fez doutorado sanduíche na Universidade de Alberta. O pós-doutor Lauro Vianna, que fez parte da sua formação na Universidade de Birmingham e na Universidade de Missouri, é hoje professor concursado da Universidade de Brasília e por isso migrou para quadro de docente colaborador deste Programa.

Como podemos observar, um dos pontos fortes do nosso programa é a formação docente no exterior. Além dos casos supracitados, podemos ainda relacionar a formação do professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, que fez doutorado sanduíche na Universidade do Texas – Southwestern Medical Center em Dallas, EUA; professora Denise Mafra que fez pós-doutorado na Universite Claude Bernard em Lyon na França; professor Marcelo Souto Nacif que fez seu pós-doutorado no National Institute of Health em Bethesda, EUA e Alessandra Choqueta, que realizou estágio científico em Respiratory Rehabilitation na KU Leuven, Bélgica.

Além disso, novos fomentos foram obtidos e consolidados pelo conjunto de docentes permanentes na pós-graduação, o que demonstra a capacidade do corpo docente de atrair recursos para pesquisa.

Observando também as recomendações do relatório da comissão avaliadora da CAPES, com o apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação da UFF, o programa, tem adotado políticas de incentivo aos pesquisadores, para aumentar o número de alunos e pedidos de bolsa dos Programas PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de iniciação científica (PIBIC), PIBITI (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação) e PIBInova (Programa Institucional de Bolsas de inovação), alertando os pesquisadores para os prazos a serem cumpridos neste sentido. O número de bolsista de IC com bolsa tem crescido e as estatísticas de orientações concluídas, bem como a inserção dos alunos na produção científica.

O PPGCCV ainda possui um perfil único em todo o Estado do Rio de Janeiro, pois reúne pesquisadores interessados em conhecer o sistema cardiovascular desde seus aspectos fundamentais até o domínio populacional, passando pela fisiologia, fisiopatologia, farmacologia básica e clínica aplicada. Esta característica distingue este Programa de um simples sistema que reúne pesquisadores e seus grupos, criando condições para a construção de projetos temáticos transdisciplinares com interações que enriquecem e sofisticam as perguntas a serem respondidas, permitindo estudar o sistema cardiovascular da molécula à população. Esta característica foi um dos elementos mais importantes para a reorganização do PGCCV, permitindo o reconhecimento pela CAPES que elevou o conceito na avaliação de 3 para 4 e a aprovação do curso de doutorado.